terça-feira, junho 20, 2006

Just 'cause you feel it, doesn't mean it's there....

Dia 20 de Junho de 2006:

Mais uma noite passou. Os tormentos na minha mente continuaram durante toda a noite, ora nos meus sonhos, ora quando acordava. Acordei com dois homens de bata branca a abrirem a porta apressadamente, falavam algo muito rapido, eu vi que algo em mim não estava bem, o meu corpo mexia-se e contorcia-se repetidamente, parecia possuido. Não sei o que se passava, da minha boca saíam gritos estridentes quase ensurdecedores. Foi aí que percebi que eles estavam ali por minha causa. eu estava a ter um ataque.
À hora de almoço fui almoçar, todos dias dizem que é hora de almoço, mas eu nunca vi um relógio ainda desde que vim para aqui. A comida sabia melhor que o normal hoje, estava boa.
À tarde deixaram-me ficar na minha sala a cantar e a pensar. Parecem-me simpaticos os empregados deste hotel. Por vezes deixam-me fazer o que mais gosto, não são como os do hotel onde eu tava anteriormente, que me amarravam a uma cama ou se punham a fazer testes em mim. Nunca os percebi.
Há colegas meus que preferem ficar a ver televisão ou a jogar coisas que não têm interesse, não os percebo.
Consegui pensar muito e cantar também. Hoje estou contente. Pensei em muitas coisas. Andei aos saltos e a dançar sozinho no meu quarto. Parecia que estava no paraíso. Sentia-me como um pássaro livre da sua gaiola. Uns passavam e diziam: "olha este, tá doidinho há 8 anos coitado, olha para ele ali aos saltos e a dizer coisas disconexas...". Raios para eles, não sabem o que é a vida!
À noite deixaram-me jantar no meu quarto também. Acho que tou a fazer um amigo.
Agora vou-me deitar, os gerentes do hotel devem tar a chegar para me vestirem o pijama. Ainda não percebi porque é que o pijama não tem buracos nas mangas, tenho que dizer Á costureira do hotel para fazer uns buracos e para mudar a posição dos braços, é incomodo tê-los cruzados ao longo do corpo.
Até amanhã.